10 LIVROS QUE INFLUENCIARAM O MEU MODO DE PENSAR
Menina Lendo, Vladimir Ezhakov
Fonte: Peregrinacultural's Weblog
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Todos os livros que lemos nos trazem algum tipo de aprendizado, em maior ou menor escala, que podem abarcar desde o desenvolvimento da gramática até mudanças na nossa filosofia de vida. Mesmo os romances
- 1984 – George Orwell: Uma das maiores obras da distopia, quiçá a maior. 1984 me ajudou a perceber que um mundo onde o Estado é total, nos priva de nossas liberdades mais essenciais. O autor deixa clara a sua visão sobre as mentirosas jogadas políticas, a manipulação das massas e a sua visão a respeito de Deus. Li essa obra aos 16 e desde então vejo com clareza os códigos da matrix.
- A revolta de Atlas – Ayn Rand: A revolta de Atlas é um romance fascinante, detalhado e extremamente fluido. Em linhas gerais, é um tributo à razão humana, ao ato de pensar, de produzir e à busca da felicidade através da mente. Com esse livro percebi que as pessoas ricas e altamente produtivas não são necessariamente infelizes, e que muitas não encontram a felicidade no padrão trabalho-casamento-filhos e sim nas suas energias dedicadas à produção. E o mais importante, reforcei o pensamento que já tinha, de não deixar que nada nem ninguém se sobreponha à minha mente e nem permitir que os outros usufruam gratuitamente dos resultados provenientes dela. Existe algo de muito justo nisso. No fim das contas, o capitalismo não é tão malvadão.
- O mundo assombrado pelos demônios – Carl Sagan: É difícil definir o valor desse livro nas minhas tão escassas palavras. Aqui Carl Sagan nos mostra o quanto a fé cega pode ser nociva para os avanços do mundo através de exemplos reais e com dados estatísticos. Ele mostra como é simples sermos enganados pelo tão atraente sobrenatural. Nesse livro aprendi que até mesmo a ciência é questionável e que nada é mais importante do que a busca pela verdade.
- Mantenha o sistema – George Orwell: A ideia desse livro se opõe à ideia do capitalismo. Aqui temos um jovem que se revolta contra o “Deus Dinheiro” e acha um absurdo que basicamente todas as nossas atividades dependam dele. Eu gosto do capitalismo e dos produtos que vem dele, mas me irrita o fato de as pessoas comprarem o que não precisam com o dinheiro que não tem, consumismo exagerado (seria um pleonasmo?) isn’t nice. Além disso o livro mostra algo interessante, que o dinheiro (moedas e notas) só tem valor porque acreditamos nele, depositamos nele a crença do “poder”. Acreditamos cegamente em uns pedaços de papel que curiosamente vem sendo substituídos pelo saldo digital em cartões de crédito. Agora acreditamos nos caracteres também.
- GO – Nick Farewell: Li GO na adolescência, que costuma ser uma fase bem aventureira, mas não para mim. Eu levava uma vida bem monótona e esse livro me ensinou a ver a beleza da vida, do mundo e das pessoas, me fez ter um pouco de esperança no futuro. “A vida está nas ruas” é uma frase singela e cheia de significado que eu guardo no coração graças a essa leitura.
- O mundo de Sofia – Jostein Gaarder: O mundo de Sofia é o que eu posso chamar de um “romance didático”. É como um livro que conta a história de um livro dentro de um outro livro. Aqui temos uma história cheia de suspense e muitos ensinamentos. Gaarder furtivamente nos apresenta vários conceitos filosóficos e pensamentos de escolas filosóficas inteiras ao longo da narrativa. Depois de ler esse livro, a ideia chiclete que permaneceu foi a de que acreditar em destino é ser alguém aprisionado, sem escapatória, é culpar a vida por decisões que não tem outro culpado além de você mesmo.
- O gene egoísta – Richard Dawkins: Aqui vai outro livro minado de ensinamentos e que lança uma nova visão sobre os processos evolutivos e a natureza humana. Dawkins afirma que as nossas ações, que tudo aquilo o que fazemos em sociedade é um mecanismo egoísta de preservação dos genes. Grosso modo, ele afirma que os genes são estruturas cuja finalidade é sobreviver e que até mesmo o amor é uma estratégia de mantê-los vivos. É uma perspectiva fria da perpetuidade da vida, mas também algo plausível na minha visão.
- Como passar em provas e concursos públicos – William Douglas: Achou que seria um livro de autoajuda? Achou errado, otário! William Douglas explana as suas experiências e técnicas empregadas para alcançar a excelência nos seus estudos e consequentemente passar em provas e concursos. Ele não se propõe milagreiro. O conselho mais importante que aprendi foi o da otimização do tempo. Desde então não espero mais a segunda-feira ou as horas cheias para iniciar os projetos. Se tiver de começar em uma Quinta as 16h37, eu começo.
- Abril despedaçado – Ismail Kadaré: Aqui a minha lição de vida foi agradecer por viver em um país de relativa paz, onde eu posso acordar e sair de casa com a possibilidade de voltar, e não com a certeza de morrer. A história se passa na Albânia, onde ainda persiste a cultura da vendeta, que se resume a: “Você matou o meu irmão, agora eu vou matar você, mesmo que depois o seu outro irmão me mate, pois tenho a certeza de que o meu último irmão vivo vai me vingar ”. Esse é um triste ciclo que não arrefece com o tempo.
- A arte da Guerra – Sun Tzu: O que de mais valioso esse livro me ofereceu? A visão de que a disciplina é algo belo e deve ser buscado todos os dias. O guerreiro é valente, disciplinado, forte, alguém que detém o autoconhecimento e sempre sabe o que fazer no lugar certo e na hora certa. Como eu poderia não desejar tais ideais? Esse tipo de pensamento é um dos galhos mais fortes na árvore do ser que sou.
Bom, essas leituras são uma parte muito pequena daquilo que me trouxe boas influências, mas tiveram um peso maior por razões que não sei definir muito bem. No mais, a todos aqueles que decidem tornar públicos os seus mais nobres pensamentos na forma de livros, o
meu muito obrigada. O verdadeiro escritor é o indivíduo que pensa e escreve
aquilo que é fruto do equilíbrio mente-alma.
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